segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vale da Sombra da Morte

Sinto-me envolto por uma névoa espessa
A escuridão me apavora
E a insegurança tem-me em seus braços

Não sei por que estou aqui novamente
Revivendo esta cena grotesca
Será meu fim que se aproxima
E esta a visão do inferno?


Plano B

Pra mim é tão óbvio!
Você não se importa com o que eu sinto
E é por isso que eu minto

Você é tão inocente
Que nem percebe
Que o nosso amor só parece
Mas não é!

As aparências enganam
Os amantes fingem que amam
Mas todos já devem saber
O que eu realmente sinto por você

Poderíamos terminar tudo
Mas não me parece conveniente
Ou continuaríamos tentando enganar o mundo
E nos fingir de contentes

Por que não se importa comigo
Se é tão evidente o meu sofrer?
Eu vou fingir estar tudo bem
E pros braços de outra correr


Sem Mais a Dizer

Palavras vem e vão
Escuta o meu coração


:-D

Quero pintar um sorriso no rosto teu
Quero acreditar que a razão do teu riso sou eu
Serás como anjo abrindo as portas do céu
E eu, com meus versos, o teu menestrel
Quero você sorrindo espontaneamente
Sorriso aberto, mostrando os dentes

Sorria e faça teu sorriso ser a razão do meu sorrir


P.S. : Dedicada a L. Letra

Universo Distante

Transporte-me para outras dimensões
A anos-luz daqui
Eu necessito de novas opções
Contemplar outras constelações
Mas,neste instante, só o que eu quero é sumir!


Morfínico

Esta dor é latente
Tu estás pondo-me doente
Os sintomas não estão aparentes
Mas de cuidados estou carente

Vem com teu beijo anestesiar-me!


sábado, 28 de abril de 2012

Viúva-Negra

Não me olhes assim
Sabes o quanto sou libidinosa
O quanto me entrego ao prazer da carne
E essas tuas carnes abrem-me o apetite
Despertam meu instinto canibal
Tornam-me uma besta irracional
Sedenta de gozo

Pões-me a salivar lascivamente
Desejando cada célula do teu corpo
Viva ou morta
Não podes resistir, pois sei que tu me queres
E teus lábios adoram saborear-me

Meus palpos já estão prontos para agarrar-te
E minhas presas em vias de dilacerar-te


Mal-Me-Quer

Quando eu tocar na tua mão
Sinta o clamor do meu coração
Que te chama
Que te quer
Que não enxerga razão
Nem um motivo sequer
Mas que imerge na ilusão
De um conto de fadas qualquer
Só por crer ser a solução
Se,acaso, você mal me quiser


Sobre o Morrer de Amor

Eu morreria de amor por você
Se isso não me levasse de fato a morrer
E, quem sabe, perder
A única vida que tenho pra viver
E te amar


terça-feira, 24 de abril de 2012

Aula Particular

Quando tá escuro em nosso quarto
O que se vê na nossa cama?
Dois corpos se atritando
E fosforescendo

Numa química perfeita
Os elétrons de nossos átomos vão se excitando
E em nosso amor vão reagindo
E um novo composto vai surgindo
Numa mistura HOMOgênea
Na qual eu e você somos visíveis a olho
Nus


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Buraco Negro

Embora fosse meu querer
Não há como escapar de ti
Tens um poder de atração sem igual
És horizonte de eventos sem volta
Meu espaço-tempo deformado


Alma Lacrimosa

Tu não podes ver as minhas lágrimas
Porque eu as escondo de ti

São gotas de sangue
Oriundas de um coração ferido



domingo, 22 de abril de 2012

Sangria

Sinto fraqueza
Sinto sede
Sinto frio
Sinto que algo dentro de mim se partiu

Aos poucos vou ficando inconsciente
Vou caindo lentamente
Com tremores e arrepios

A pulsação aumenta
A respiração o meu fôlego afugenta
E a cada instante é mais lenta
Até que, num relance, as luzes se apagam
E não vejo e nem sinto mais nada


Terminal

Chegou a hora de atravessar para o outro lado
Me desprender das coisas daqui e partir
Não sei ao certo pra onde
Se a pé ou de bonde
Só sei que é pra longe

Quando partir pra lá
Posso não mais voltar
Farei quem me ama chorar
Mas o que se pode fazer?
Não é assim que tem que ser?


sábado, 21 de abril de 2012

O Gerundismo do Poetar

Andando
Vendo
Sentindo
Compondo


Odaxelagnia

Eu vou comer você
Te dar cada mordida
Arrancar cada pedaço
Entre lambidas e amassos
Te tirar o ar
Fazer gemer sem parar
E sangrar
E morder
E comer
E gozar

Diretamente Proporcional

Tu te fostes e estou só
E me falta cá um bocado
A distância é maior
Se mais te quero ao meu lado


Delirium

É delírio
É loucura
É martírio
É tortura

É delírio
É desventura
É delírio
É frescura...


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Fugazcidade

O tempo parece escasso
Há tanta coisa a fazer
Andando nas ruas do espaço
Não tenho mais vida a perder


Transpiração

Tua voracidade me excita
Sabes que adoro cada beijo
Cada infame desejo
Que em meu corpo suscitas

O teu corpo perfeito
Que em meu leito aproveito
Nesse calor é liquefeito
E vai virando suor

O enlace é desfeito
E em meu colo eu te deito
Após ter te satisfeito
Não há nada melhor


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Requiem Aeternam



Repousa a minha alma
Inerte e em profunda calma
Posfácio já escrito na palma

SelvaGens

O gentio virou gente
A nudez virou vergonha
O verde virou cinza
O caule virou concreto
O rio virou asfalto
Tupã virou Deus

A selva continua...



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Devaneio...Nº04

Eu escolhi você
Mas por quê?
Só queria entender

Se bem que isso não faria diferença
Não diminuiria minha querência
Apenas justificaria o meu sofrer


Flor da Beira



Naquela noite de sexta-feira
Fui ter contigo na Beira
E me esperavas faceira
Como se fosse a primeira vez

Admirando-te inteira
Tramando mil brincadeiras
Fui alimentando a fogueira
Que em ti eu via arder

Desabrochaste como rosa
Fina flor,frágil e dengosa
Que a cabocla no rio pariu
E para o meu prazer hoje negocio

Tolo é quem se deixa levar
Pelo teu desabrochar

Pureza aparente
Luxúria latente









terça-feira, 17 de abril de 2012

MultiVersos

Quantos eus há em mim
Habitando em outras dimensões
Alimentados com minhas emoções
Mergulhados em minhas frustrações?

São vários, são infinitos
São universos distintos
Num multiverso irrestrito


Cardiopatia

A dor que há em mim
Que me consome a cada dia
Que nos traços de nanquim
A minha pena anestesia
É uma dor que não tem fim
É o estopim da minh’agonia



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Paralelas

Lado a lado
Rumo ao infinito
É lá que vamos nos encontrar

Polissemia


Se não fizer sentido pra ti
Fará pra mim
Porque surgiu de mim

Não quero te dizer como entender
Não usarei palavras pra descrever
Vou te deixar livre pra interpretar

Pois nada está acabado
Apenas está colocado
Resta a ti significar

domingo, 15 de abril de 2012

Anexos

Eu te vejo e você me vê
E nos unimos num amplexo
E na cama vamos estabelecer
A união do côncavo e do convexo


Nicotina

Escolhi morrer aos poucos
Sufocando-me com teu veneno
Consumindo-te feito louco
Em meu peito eu te armazeno

A cada trago a morte se aproxima
E, na boca, há um gosto amargo
Que no sopro cinza eu propago


Pena & Pergaminho

Com a pena na mão
Me distancio do chão
E neste pergaminho
Vou descobrindo o meu caminho

Pra onde estou indo agora?


sábado, 14 de abril de 2012

Chuva de Amor sem Fim

Gosto de sentir as gotas deste amor que chove em mim
Amor que é tempestade e, às vezes, calmaria

Esta chuva que lava as minhas tristezas
E faz brotar em mim a alegria

Que molha o meu jardim
Que parece não ter fim...


Sóis

Não quero ser como o Sol e nunca quis
Não preciso estar no centro pra me sentir feliz
Não quero ninguém traçando sua órbita ao meu redor
Apenas refletindo e não irradiando luz por si só

O que eu quero é ver todos estrelas anãs
Fulgurando vida em todas as manhãs


Outra Metade

Quando te vi
Reconheci que era você
E tudo me levava a crer
Que era você,
Só você...


Melhor é Amar

Por que condenas minha forma de amar
Se sequer és capaz de enxergar
Que condenável mesmo é não amar?


8

Meu verso tem começo e fim
Só não tem fim dentro de mim


Leitura Labial

Meu coração pulsa
E em cada batida expulsa
Palavras que não fazem sentido pra ti

Resta a mim te beijar
E com meus lábios te explicar


Comcisão

Era grande
E aqui não ia caber

Com precisão cirúrgica
Cortei o que não me era essencial
E agora podes ver o que sobrou

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sexta 13

Um dia como outro qualquer
Mas há quem diga que não é
O que há de errado com o dia 13 do mês
quando cai no dia da semana 6?

Quem vê como um dia sorte
se mantém forte
E uma outra porcentagem
em que se ausenta a coragem,
tudo parece visagem.

Medo pra quê?
Pra que superstição?
Pois outras sextas como esta virão
Mas se vir um gato preto, mude de direção!


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Despedida

Um ciclo se encerra em minha vida
É mais um momento de despedida
Mais uma batalha por mim foi vencida
Mas chegou o momento da ida

Não esquecerei o que aqui vivi
Os laços de amizade que estabeleci
Sinto, mas devo partir...

Vaidade Castigada

Olho no espelho e não me vejo
Oh, maldita maldição que me aprisiona!
Castigo para um ser tão vaidoso como eu

Trocaria a imortalidade
para poder contemplar a minha vaidade


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Chuva de Verão

A chuva começa a cair repentinamente
E eu adoro quando isso acontece
Sem mais nem menos, começa a chover
Pegando todo mundo de supetão
Só eu que não!

De certa forma eu pressentia o sublime momento
E isso me enchia de contentamento...

Contemplo as gotas caindo em mim
Tocando-me suavemente
Mas cessam de repente,
não mais que de repente...

Nostalgia Proposta

Eu canto o Amor
E nestes versos vou propor
Um apelo à nostalgia

De uma paixão fui co-autor
Experimentei aquela dor
Que só quem ama vivencia

Nos lábios senti o esplendor
que brotava em teu interior
e o meu corpo todo envolvia

Num infame dia, tudo acabou!
Mas em mim ainda restou
Um pouco de fantasia

terça-feira, 10 de abril de 2012

O Abismo

Entristece-me saber que não mais vou te ver
Sinto como se uma parte de mim houvesse sido extirpada
É um vazio me consumindo internamente,
Tirando-me a vontade de viver,
Roubando-me os motivos para sorrir...

Os dias são como noites sem fim
e tudo isso por estares tão longe de mim.
Se ao menos eu pudesse te ver
e os teus lábios pudesse beijar,
mas não há como!


Estás lá e eu cá
e há um abismo que nos separa.

Agora pertencemos a universos diferentes...

O Invisível

Eu tinha medo de dizer
Mas nunca de te demonstrar
Pois era fácil perceber
Que eu só queria te amar

Em cada gesto, em cada olhar
Era impossível disfarçar
Era evidente o meu querer
A minha ânsia em te tocar

Mas só que passo invisível por ti
Como se nem mesmo existisse
Apenas uma sombra a te seguir...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Devaneio...Nº03

Beijei-te e o universo pareceu conspirar a nosso favor
O tempo parou ou não houvesse mais tempo nem espaço para o nosso amor
Beijamo-nos num encaixe perfeito...
Ouvi sinos e senti frio na barriga,
Parece coisa de apaixonado.

Mais que um encontro de bocas,
foi um encontro de almas que se procuravam de outras vidas
e, naquele momento, entrelaçavam-se,
confundiam-se,
amavam-se...

domingo, 8 de abril de 2012

A Passagem

Estou aqui
Logo estarei ali
Do outro lado da vida

Aguardando a minha partida
Só com o bilhete de ida
Após uma lida sofrida
A minha alma se encontra perdida

O que me espera por lá?
Se me for permitido voltar
Prometo vir aqui te contar

O Drama de um Pronome Oblíquo

Mim não deveria amar você
Sou apenas um pronome oblíquo
Que não poder ser sujeito na sua vida

A Pior Parte do Fim

É preciso recomeçar!
Não de onde parei,
mas de onde eu nunca comecei.

Talvez tudo seja diferente (ou não).
Talvez eu encontre o que procure (ou não).
Eu vou recomeçar!

Os meus erros não foram em vão
e tenho certeza que não serão!
Vou manter-me firme,
Com as rédeas na mão.
Vou achar o meu rumo
em qualquer direção.

Pronomes

EU não vivia sem VOCÊ
Até que, um dia, ELA apareceu
Aí já não existia mais NÓS

Agora é Dor

De que valeu tudo o que sofri
Tudo o que desisti?
Se agora percebo que sequer
Você me quer?

Teus beijos eram intensos
O amor imenso
Mas tudo isso acabou
E o nada é o que restou

A promessa que te fiz
Te fazer feliz
No delírio de amor
Que agora é dor
Se partiu em pedaços
Deixando em mim espaços
A serem preenchidos por um outro amor

Dilema

Tuas carícias atravessam-me a pele
E chegam ao meu coração
Que deseja que tua boca revele
O que há por trás da atração

Será o fogo eterno do amor?
Ou a chama traiçoeira da paixão?

Body Aflame

There’s a fire
Inside of me
A fire
That never ends
This fire
Is burning me
A desire
That I don’t understand

Jantar a Dois

Já está tudo preparado! Vamos comer?
Que o meu quarto aqui ao lado espera você
Aqui na mesa vamos saborear o que fiz pra nós dois
Me dá água na boca imaginar o que é que tem pra depois
Não se acanhe, pode se servir! Tome do vinho que comprei
Quer uma rosa? Venha aqui que outras coisas te darei
Vem sem pressa pro meu quarto
Quero em meus lábios te provar
Que são só mais alguns passos
E muitos amassos até lá
Vem sem medo continuar
O que começamos na mesa
Vem minha gula saciar
Vou te devorar minha presa

Pra que tantas preliminares?
Vamos logo ao que interessa!
Vou te possuir como as vulgares
E não há nada que me impeça

Valerá a pena o que gastei
Só pra te levar pra minha cama?
Se igual a ti outras terei
Seja puta, pura ou dama

Grito sem Voz

Minha casa é a rua
Minha cama é o chão
Não vivo assim porque quero
Mas por falta de opção

Minha comida é o vento
Com os restos me contento
Do que adianta eu gritar
Se ninguém vai me escutar?

Vivo num submundo
De miséria, de pobreza
Vivo sujo, vivo inundo
Eis minha grande proeza

Fogueira à Beira do Mar

É noite de lua cheia
Noite perfeita pra gente se amar
No frio da noite o teu corpo incendeia
Possuído na areia
À beira do mar

A Roda do Infortúnio

Eu sinto a noite chegar
Bem devagar
E esse sopro gélido a me estremecer

Eu vejo a hora passar
O tempo acabar
A Roda a girar


Menino Soltando Pipa

Minha mente leve voa
Como uma pipa subindo no céu
Os meus pensamentos pueris sobrevoam
Vão girando como um carrossel

O Terceiro Olho

Preciso ver o que, com os olhos, não posso ver
O que há além deste mar?
Conseguirei enxergar?

Se eu olhar de um jeito diferente
Por uma outra vertente
Descobrirei novas possibilidades
E infinitas realidades

Cada uma num universo perfeitamente plausível
Que só se torna visível
Com os olhos fechados e a mente aberta.

Em Casa Falo De Amor, Aqui Na Tua Só Falo

Olhe nos meu olhos
Eles não mentem
Verás como eles demonstram
O que meu coração sente
Não precisarás ouvir uma só palavra
Bastará que te deixes envolver
Pelos encantos que jogo em ti

Tal qual uma serpente,deixar-te-ei em transe
Inerte, acolhida em meus braços
Envolver-me-ei em teu corpo indefeso
Passarei minha língua bífida em teus alvos seios
Sorvendo em teu corpo a essência da luxúria

Com calma demasiada
Aloco meu falo na escura gruta
Dando início a movimentos frenéticos

Entre as interjeições de dor
As juras incompreensíveis de amor eterno
Amor eterno que chega ao fim quando o gozo explode

Satisfeito, voltarei aos braços frígidos de minha mulher
E quando eu precisar, estarei aqui novamente

Sem Mais Delongas

O teu corpo é pra mim
A mais perfeita obra divina
O teu perfume de jasmim
Me entorpece e me alucina
Os teus lábios de cetim
A tua pureza de menina
Tua beleza não tem fim
Vem dar pra mim!
Dane-se a rima!

Quando a Chama se Apagar

Quando a chama se apagar
E a luz do quarto se esvair
Só me resta te beijar
E o teu corpo possuir

Tuas vestes vou tirar
Com vontade desmedida
Em teu ouvido sussurrar
“Serei teu por toda a vida!”

Quando o ato se encerrar
E nosso prazer for suprido
Em teu seio vou deitar
O meu corpo esmaecido

Embaixo dos Lençóis

Embaixo dos lençóis
Nossos corpos despidos
E acima de nós
Nosso amor refletido
O silêncio algoz
Cede lugar aos gemidos
É a explosão de mil sóis
Quando estamos fundidos

Até Lá

Não quero em vão falar
O que você não vai ouvir
Já me cansei de delirar
Juras de amor por ti

Eu errei por me entregar
Por mostrar que era só teu
Foi um sonho imaginar
Que o teu amor era só meu

E se um dia tudo mudar
E me amar de verdade
Só espero que até lá
Já não seja tão tarde

Salto Mortal

Vou me jogar daqui
Cair neste abismo
Na dúvida submergir
Num ato de heroísmo

Com forças que eu não sei
De onde vou tirar
Ao desconhecido me entreguei
Com a ânsia de acertar

Ataque Vampírico

A adrenalina é liberada
A carne frágil perfurada
O fluido rubro é jorrado
O rosto pálido é manchado

A maldição é repassada
A mesma sede compartida
E pela pele violada
A morte-vida adquirida

Volúpia Incontida

Quero te ter invadindo o meu ser
Me possuindo com inefável prazer
Me inebriando com tua lascívia animal
Me penetrando com teu olhar sensual

Entregue a ti e sem forças para resistir
Na tua cama, como uma presa abatida
Me subjugue, faço o que me pedir
Derrame em mim tua volúpia incontida

La Petite Mort

Fecho os olhos e te vejo
Perdida em meus pensamentos
És minha fonte de desejo
És o maior dos meus intentos

Anseio o teu corpo desnudo
A tua beleza revelada
Que será meu objeto de estudo
Que será minha perfeita morada

Teremos noites sublimes de amor
Ao som de suspiros e gemidos
Nossos poros irradiando calor
Na tangência dos corpos unidos

Quando não for possível conter
A explosão da libido pulsante
Vamos num segundo então morrer
E reviver no mesmo instante

Da Primeira Vez

Em cada carícia que eu fizer
Em cada beijo que eu te der
Será intensa nossa paixão
Será a perfeita conjunção

Vou penetrar tua inocência
Admirar tua florescência
Quero provar da tua essência
Ser a razão da tua existência

Vou te levar ao firmamento
E se quiser ficamos lá
Eternizando este momento
Vem em meus braços repousar

Quando a Primavera Chegar

É noite de lua nova ou, como minha falecida avó costumava dizer, noite de lua negra. Lembro-me bem quando ela me recomendava que evitasse ao máximo sair de casa durante essas noites. Nunca acreditei nesse tipo de coisa. Achava que ela só queria me amedrontar para que eu não saísse à noite. Ela sempre foi muito superprotetora.

No dia de sua morte, antes de sofrer o ataque cardíaco, ela foi ao meu quarto e me entregou um cordão que nunca havia tirado de seu pescoço até aquele dia. Ela me explicou que era um pentagrama, uma estrela de cinco pontas. Não entendi naquele momento o motivo para ela me dar aquilo, mas aceitei sem questionar nada. Eu chorei muito a sua morte. Ela era como uma mãe para mim, a mãe que nunca tive...

Dias após sua ida, revirando suas coisas, encontrei um livro bem antigo. Curiosa, comecei a folheá-lo, tentando ler o que estava escrito, mas para minha frustração estava em uma língua ou código que eu não conhecia. Mas, na última página, havia algo que consegui entender “Quando a primavera chegar, o que está oculto irá se revelar”.

Aquelas palavras deixaram-me muito intrigada por semanas. Depois de um tempo, havia me esquecido completamente disso, até que um dia tive um sonho. Nele minha avó e eu corríamos por campos floridos, extasiadas pelo cantar dos pássaros. No sonho, ela me dizia para tentar ler o livro novamente assim que a primavera chegasse.

A primavera está chegando e eu já posso sentir. Apesar da escuridão dessa noite, não sinto medo algum. A brisa é tão reconfortante que até parece os braços dela me envolvendo nas noites frias...

Abro o livro e aquelas palavras que antes pareciam estranhas para mim agora faziam todo o sentido. Nas páginas velhas, castigadas pelo tempo, as suas memórias que passavam no meu pensamento como um filme. Tudo o que li me encheu tanto de vida, que não me sentia mais a mesma.

Na última página, para a minha surpresa, ela relatava em detalhes tudo o que aconteceu no último dia de sua vida. Segundo ela, aquele cordão que havia me dado de presente serviria para me proteger de todos os males que iria enfrentar. De alguma forma ela sabia que ia morrer, mesmo assim, em face da morte, mostrou-me que não iria me abandonar, que estaria ao meu lado sempre.

Nas últimas linhas ela escreveu assim ''Minha menina querida, agora será sua vez de escrever a sua história neste livro. Te amo e continuarei te amando por toda a eternidade”.

Não pude conter as lágrimas. Uma delas, quase que por capricho do destino, cai no livro manchando-o, deixando incompreensível o que eu havia acabado de ler. De repente, as palavras começam a se deformar como se ali estivesse sendo pintado um quadro surrealista. As páginas vão se tornando brancas e límpidas novamente e tudo o que estava escrito desaparece.

Tudo parece tão claro agora. Mesmo sem entender o que havia acabado de acontecer, eu sabia o que tinha que fazer. Era a minha vez de escrever minhas memórias naquele livro e certamente serão todas dedicadas a minha eterna mãezinha.

Até o Alvorecer

Quero sentir seu amor
Inundando o meu ser
Quero por ti viver
Quero por ti morrer

Em cada toque
Sentir o meu corpo arder
Quero ver florescer
Nos olhos teu prazer

Em cada beijo
Eu quero ver nascer
Versos de amor
Em que só há você

Em teus suspiros
Vou me embevecer
Entrar em êxtase, entorpecer

No final quero amar você
Em cada curva
Quero me perder
Sentir-me teu
Até o alvorecer

Uni Verso

Me deram um verso pra dizer que te amo, mas o meu Amor é maior que
o universo.

Termologia do Amor

O meu corpo sobre o teu
Fogo ardendo no breu

Rio-Mar

O teu beijo enlouquece
E me faz flutuar
O teu corpo me aquece
E me incita a te amar
Como um rio eu me perco
A caminho do mar
No oceano, sem medo
Vou meu mundo afundar

O Meu Amor em Quatro Versos

Preciso tanto te dizer
Que amo tanto amar você
Que o tempo passa e nem se vê
Pois o que me importa é amar você

Não há Palavras

O que é o Amor?
Eu não sei dizer
Palavras não são capazes de descrever

O que é Amar?
Só sabe quem sentiu o Amor
Palavras não são capazes de explicar

O que sinto por ti?
Eu não sei como definir
Palavras não são capazes de traduzir

O que sinto por você?
É tão difícil de entender
Palavras não são capazes de responder

Minha Rainha

Sempre que te vejo
Mais te amo e te desejo
És tu, ó rainha
Dona d'alma minha

Pisa-me sem dó
Dor não há maior
Uma estrela és
Nem chego a seus pés

Olhe para mim
Flor do meu jardim
Chegarei ao fim
Se não vens enfim

O tempo que for
Eu hei de te amar
E sempre a te por
No céu a brilhar

Peço-te Perdão...

Eu sei que errei...
E o tempo que não pede licença para passar
Não me deixa esquecer o passado e tentar recomeçar
Como se o derradeiro dia nunca tivesse amanhecido

Era o meu intento a fortaleza
E que eu pudesse extirpar do meu âmago
A sensação lastimosa da ausência
Da tua ausência...

Eu sei que é impossível
Esquecer que se amou
Que se ama...

Porque tu és presença constante em meus acessos de nostalgia
Porque tu és parte integrante que sem eu nada seria

Por isso, perdoa-me!
Não me condenes por ter sido tão cretino
Por isso, ama-me!
Pois só teu amor é capaz de me salvar de mim mesmo

Ser Feliz

Um dia desses, refletindo sobre a minha existência e sobre muitos dos questionamentos que dela tiveram origem, percebi algo tão simples e óbvio: ser feliz é possível.
Certamente, muitos diriam tratar-se de utopia, mas fui capaz de entender que utópico mesmo era tomar essa ideia como verdade absoluta e “seguir a maré”.
Mas eu compreendo esse tipo de pensamento, até porque eu também compartilhava dele, pois numa sociedade dinâmica como a nossa é muito mais fácil deixar-se levar por opiniões pré-formadas a guiar-se por um pensamento dialético.
O cerne da questão está em estabelecer uma definição do conceito de felicidade. Se não somos capazes de defini-la, como podemos decretar ser impossível alcançá-la?
É certo que a visão que cada pessoa tem do assunto advém da maneira como cada um o vê. Se tomamos a felicidade como algo a ser alcançado, é muito provável que passemos a vida angustiados, buscando o que para nós parece ser inatingível. Por outro lado, se a enxergamos como um estado de espírito originário das mais diversas razões e, assim como todo estado de espírito, passível de mudança, somos capazes de substituir a ideia equivocada de felicidade plena pelo pensamento de que a vida é, na verdade, constituída por momentos de felicidade e momentos de infelicidade.
Essa é a nova visão que tenho a respeito do que é ser feliz. Tudo depende da maneira como decidimos ver o que se passa ao nosso redor. Por isso, abra seus olhos para o mundo e seja feliz sempre que você puder!

Corpo em Chamas

Quando sinto o teu cheiro
Minha alma em chamas pede por ti
É um fogo que queima o meu corpo inteiro
Desejo insano de te possuir

Teus olhos me envolvem no teu encanto
Teu beijo é o caminho para a tentação
O teu corpo a joia que quero tanto
Estou entregue, em tuas mãos

Parte de Mim

Não existem palavras suficientes
Para descrever tua beleza
Do teu amor sou dependente
E indefeso como uma presa

É um sentimento indescritível
Sem medida e sem fim
Esquecer você é impossível
Porque você já existe dentro de mim

A Lua

Emerge a lua no horizonte
Pelas estrelas afagada
Apreciada lá do monte
Ergue-se a esfera prateada

O mar sereno refletindo
Seu esplendor extasiante
Que as nuvens passam encobrindo
Roubando a cena num instante

É tão sublime ver subindo
O manto da noite enluarado
Com raios de luz vai seduzindo
O meu coração apaixonado

EuTu

O meu corpo perde-se
Em meio ao teu
O meu corpo
O teu corpo
O teu corpo e o meu
Dois corpos que se fundem
Amando-se no breu
Onde começa o Tu?
Onde começa o Eu?

Minha boca percorre
A tua pele nua
Minha mão como pena
Em teu corpo flutua
A minh'alma em mim termina
Em ti continua
Digo que sou teu
Digo que sou tua


A Busca


Se procuro algo e não encontro
Talvez não esteja procurando direito
Pois todas as coisas estão em seu devido lugar
O que procuro, então, tem que estar lá.

Se procuro e não encontro
Será que o procuro realmente existe
Ou é algo que eu, sem querer, inventei
Só para que essa busca fosse sem fim?

Mas por que procuro?
Se não encontro, por que ainda assim procuro?
Deve ser porque a busca é que me move adiante
E se desisto de procurar
Não há mais razão de ser
Não há mais porque querer
Algo que se acreditaria impossível de se encontrar.